O planeta Terra está em constante mudança, e isso não é novidade. A cada 200 a 300 milhões de anos, os continentes se movem e se agrupam, formando um supercontinente. O mais famoso, é claro, é a Pangeia, que existiu há aproximadamente 335 milhões de anos. Agora, a ciência aponta para o que pode ser o próximo supercontinente, conhecido como nova Pangeia, mas ele pode trazer um futuro terrível para a humanidade.
A ideia de que a Terra terá uma nova Pangeia é fascinante e, ao mesmo tempo, assustadora. A aglutinação de todas as massas de terra em um único continente desencadearia mudanças climáticas drásticas, elevando as temperaturas a níveis insuportáveis para a vida humana. A pergunta que fica é: seria a nova Pangeia o fim da nossa espécie?
O Que é a Pangeia Proxima?
A Pangeia Proxima é um dos possíveis supercontinentes do futuro, previsto para se formar daqui a cerca de 250 milhões de anos. O nome, que significa “próxima Pangeia”, foi proposto pelo geólogo Christopher Scotese em 1982. A previsão é que as Américas se juntem à Ásia e à África, formando uma vasta massa de terra. No entanto, o movimento das placas tectônicas é complexo e imprevisível, e outros cenários também são possíveis, como a formação de um supercontinente ao redor do Polo Norte, o Amasia, ou a fusão das Américas com a Antártida e a Austrália, o Novopangea.
A formação da Pangeia Proxima não é um evento instantâneo. Ela se desenvolverá ao longo de milhões de anos, com os continentes colidindo e formando novas cadeias de montanhas. O Oceano Atlântico, por exemplo, irá se fechar, enquanto um novo oceano se abrirá. Essas lentas, mas massivas, mudanças terão um impacto profundo no clima e na biosfera.
Um Mundo de Calor Extremo
De acordo com um estudo recente publicado na revista Nature Geoscience, a formação da nova Pangeia transformaria o planeta em um forno. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera subiria para o dobro dos níveis atuais, já alarmantes. Isso aconteceria por causa da atividade vulcânica intensa que acompanharia a colisão dos continentes, liberando enormes quantidades de gases do efeito estufa. Além disso, o supercontinente reduziria a quantidade de áreas costeiras, onde a erosão das rochas ajuda a remover CO2 da atmosfera.
Com o aumento do CO2 e o calor emitido pelo Sol, que também estará mais quente, as temperaturas globais poderiam atingir níveis sem precedentes. Os cientistas preveem temperaturas de até 70°C, tornando a maior parte do planeta inabitável. As áreas internas do supercontinente, longe dos efeitos moderadores dos oceanos, seriam especialmente quentes e áridas. A umidade do ar também despencaria drasticamente, criando um ambiente desértico e hostil.
O Fim da Humanidade?
A combinação de calor extremo e umidade baixa seria letal para os mamíferos, incluindo os seres humanos. A nossa capacidade de regular a temperatura corporal por meio do suor seria comprometida, e mesmo com a evolução, é pouco provável que a humanidade consiga sobreviver. As simulações indicam que, com essas temperaturas, a maioria dos mamíferos não conseguiria se adaptar ou evoluir a tempo de resistir às condições.
Apenas as regiões polares seriam habitáveis, formando pequenos refúgios de vida. A maior parte do supercontinente se transformaria em um deserto escaldante, sem florestas, rios ou mares interiores que pudessem sustentar ecossistemas complexos. É aterrorizante pensar que um evento geológico tão natural poderia levar à extinção da nossa civilização e da maioria das formas de vida que conhecemos.
Um Vislumbre do Futuro Distante
É importante notar que a nova Pangeia ainda está a milhões de anos de distância. A humanidade provavelmente já terá enfrentado inúmeros outros desafios antes disso. No entanto, o estudo nos faz refletir sobre a fragilidade da nossa existência e a importância de entender os processos do nosso planeta.
Os cientistas ressaltam que, embora o aquecimento global causado pelo homem seja uma preocupação imediata e urgente, a formação de um supercontinente é um evento que demonstra o quão dramáticas as mudanças climáticas podem ser em escalas de tempo geológicas. A nova Pangeia seria inabitável, mas o aquecimento atual, mesmo que de forma gradual, já nos mostra um pouco do que o futuro nos reserva caso a humanidade não mude seu curso. Afinal, a história da Terra é uma história de ciclos, e o próximo pode ser um dos mais desafiadores.
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